sexta-feira, 27 de agosto de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
O próximo que me aproxima
Na minha opinião, aí esta a grande beleza desafiadora do cristianismo: o fato de que é impossível ver a Cristo senão pelo outro.
Através do meu próximo vejo melhor quem sou, e não "somente" isso, mas vejo melhor quem Deus é!
Uma ótima ilustração sobre esse tema encontra-se no livro "Ensaio sobre a Cegueira" do falecido gênio da literatura, José Saramago.
Numa parte do livro, a única personagem que enxerga em meio a um mundo completamente imerso na cegueira branca, percebe que cada vez menos ela saberá sua própria identidade. Afinal de contas, para enxergar melhor a si mesma, precisa do olhar do outro.
Esse livro é fantástico, se quiser saber mais... leia!!! Recomendo.
Voltando as perguntas iniciais... Como ser igual a Jesus? Ou quem é Jesus?
Perceba que são perguntas aparentemente complexas. Mas penso que na verdade queremos que elas sejam complexas para amenizar a nossa obrigação. Vou explicar:
Se eu entender que Cristo esta manifesto no meu próximo, e que através do meu próximo posso me conhecer melhor, tenho a obrigação de ser menos individualista. Sou obrigado a sair do meu mundo, olhar para os lados, me expor.
Não é muito mais fácil dizer que a pergunta é muito complexa para ser respondida?
Complicar as coisas é uma ótima maneira de deixá-las restritas ao campo das idéias. É como se disséssemos: “se é difícil não tenho a obrigação de praticar”.
Como diz Paulo Brabo em seu livro “Bacia das Almas”, usamos a teologia para assegurar que nos manteremos afastados o suficiente de Jesus, afim de não nos prejudicarmos. A teologia nos mantém a uma distancia segura de Cristo.
O triste é saber que isso é verdade.
O desafio é jogar fora todos os nossos escudos, por mais “apostólicos e proféticos” que sejam.
Será que Jesus está nos nossos encontros, retiros, congressos, conferencias, células, reuniões, cultos, pequenos grupos, discipulados, e afins?
Nós cumprimos a agenda do Reino ou o Reino que têm que cumprir nossa agenda?
Fazemos o que fazemos pelas pessoas ou porquê todos fazem? As programações servem as pessoas ou as pessoas servem as programações?
E a pergunta que não quer calar: Nossas atividades eclesiásticas nos tornaram mais semelhantes a Cristo?
O ativismo religioso nos aproxima ou nos afasta de Deus?
É frustrante, né? Fazemos tanto, e estamos tão longe...
Mas não há motivos para desespero. Deus é extremamente acessível.
Dúvida?
Converse com um menino de rua, com um idoso abandonado, um mendigo, com uma prostituta, um travesti, com um viciado, um aidético...
Para conhecer a Jesus e ser como ele, é simples... ande por aí...
As coisas loucas confundem as sábias...
E ae, vamos dar uma volta?
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Tia Creusa

Quinta-feira, 08 de julho de 2010, 10:15 da manhã, minha querida tia Creusa foi se encontrar com Jesus. Não era simplesmente uma tia, era uma tia – mãe. Desde que me conheço como gente, ela já era parte do lar.
Se me pedissem para descrevê-la utilizando apenas uma qualidade, sem duvida seria amorosa. Tia Creusinha era muito querida, muito carinhosa. Tinha um jeitinho todo especial de lidar com as pessoas.
Em uma época de rápidos avanços tecnológicos, ela escrevia cartas. Algumas pessoas receberam por 30 anos cartinhas de feliz aniversario e feliz natal. Tia Creusinha era simples, daquelas que saem com guarda-chuva (ou como ela dizia, “sombrinha”) aberto em dias quentes, para se proteger do sol.
Era aposentada, mas ainda assim trabalhava, e com seu dinheirinho me ajudava a pagar a faculdade e ajuda mais um monte de gente.
Todo dia quando eu levantava para ir à faculdade, o café já estava preparado, a mesa posta, o suco de laranja estava feito, tudo arrumadinho. E la estava ela... sentada fazendo seu devocional. Todos os dias ela lia a Bíblia, acompanhada de seu livro de devocionais e do caderno de anotações. Sou testemunha disso!
Queridinho, doçura, doçurinha... era assim que ela nos chamava. Todos os dias ela me pedia um beijo e um abraço antes de eu sair, mas arisco como sou, sempre me esquivava. Então quando chegava no meu aniversario ela aproveitava pra me abraçar e compensar isso.
To com saudades da minha tia, saudades de ouvir seus passos vagarosos andando pela casa, saudades do chá mate com limão maravilhoso que ela fazia. To com saudades de chegar em casa e vê-la assistindo o jornal, esperando ansiosamente a previsão do tempo (não sei porquê, mas ela adorava ver a previsão do tempo, pra ela era o ápice do noticiário).
Sei que é egoísmo da minha parte, mas seria tão bom acordar amanhã e ver que tudo não passou de sonho... Mas isso não vai acontecer.
Hoje, sexta-feira, 09 de julho de 2010, as 9:00 da manhã, vi o corpo da minha tia pela última vez.
Minha tia se foi, mas sua vida me inspira! Ela não se preocupou em ser “pop”, ela buscou ser como Jesus - na simplicidade, na ternura, no amor. Sempre buscou primeiro o Reino.
Só tenho que agradecer a Deus pelo privilégio de ter tido a tia Creusinha como minha tia. Que honra!!! Tenho orgulho dela! Obrigado Senhor pelo presentão maravilhoso que ela foi para nós.
Apesar da profunda dor, cada lágrima que cai do meu rosto Te adora! Quero Te louvar até com meu choro porque Você é digno!
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Crônica de um dia sem fim...
Minha vida virou de cabeça pra baixo, minha cabeça virou junto. E agora?
Não sei o que sinto, não sei o que devo sentir... O que é sentir???
A vida nunca mais será a mesma, tenho certeza. Literalmente acordei vivendo de uma forma, e vou dormir com uma vida completamente diferente. Um minuto, um momento, pra se construir ou destruir... neste caso, parece que tudo foi por água abaixo.
Água, por favor leva embora a dor, a angustia... Água, limpa o corpo da doença que mata quem eu amo. Água da Vida, de a Vida, por favor te imploro!!!
Ser mortal não significa apenas que um dia vamos morrer, mas significa que somos limitados, que temos fim. Se temos fim, estamos acabando. Se estamos acabando, estamos nos esgotando... é vida que se vai aos poucos, é morte lenta, é dor. Isso é vida. Ou seja, vida é morte, morte vagarosa. Pode-se dizer então que morte é vida rápida? Não sei, talvez... Morte e vida, tão distintas, tão iguais. Ambas letais. Quem tem vida, morre. Quem morre, morre.
O que é o pó da terra? O que é a neblina? É o que somos. Tudo que somos mostra o nada que somos. Marinheiros de primeira e última viagem. Uma viagem injusta, afinal quando aprendemos a navegar, já acabou. E não tem como repetir, é isso e pronto!
Quem disse? Ele disse! Quem é ele? Ele é o Pai! Que pai? O Abba! Quem é Abba? Abba é a personificação do amor perfeito. Ah, isso é só um conceito. Aí que você se engana. Por que? Diga-me: que conceito sofre a tua dor? Qual conceito te ama desesperadamente? Que conceito morreria numa cruz em teu favor? É... não sei... acho que nenhum. Pois é, Abba é pessoa, Abba é Paizinho, é Amor Perfeito que sofre, Abba é o Paizinho que sofre por amar perfeitamente humanos imperfeitos. Vem cá, se esse paizinho é tão bom assim, onde esta ele agora??? Cade o amor perfeito? Que amor perfeito é esse que deixa acontecer coisas ruins com pessoas boas? Isso é amar? Isso é amor perfeito? Calma, eu vou te dizer onde Ele esta, sem problemas. O Paizinho esta la deitado com minha tia, sofrendo as consequências do AVC junto com ela. Papai esta naquela sala de emergência enxugando cada lagrima que cai dos seus olhos. Papai esta segurando nas mãos da minha tia enquanto eu apenas consigo chorar. Papai cuida muito melhor do qualquer um de nós porque ao contrario do que somos, Ele é perfeito! O bom pai não é o super protetor, o bom pai é o que esta presente em qualquer circunstancia. É aquele que não deixa duvidas do amor que sente pelo filho(a), por mais difícil que as coisas pareçam estar. Sim, isso é Amor Perfeito. Amor Perfeito não muda com circunstancia. Ele é Perfeito e pronto! É sempre Perfeito! E aí Voz do meu EU, mais alguma duvida quanto ao caráter de Deus?
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domingo, 13 de junho de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Coração que raciocina, cerebro que se emociona
Espírito sem corpo é fantasma e corpo sem espírito é defunto, portanto somos corpo, alma e espírito. INTEGRAIS!
O mesmo Deus que nos deu coração (sentimentos), deu-nos também cerebro (razão). Se somos feitos a imagem e semelhança Dele, podemos concluir que Ele também possue razão e sentimentos.
Se recebemos do Pai um cerebro e um coração, ao não utilizarmos um dos dois, estamos sendo negligentes, e vivendo de forma incompleta.
Pergunto: Se a fé é superior a razão, então por que Jesus gastava tanto tempo debatendo com mestres da Lei e farizeus?
Se crer é mais importante do que pensar então por que somos exortados biblicamente a analisar tudo e reter apenas o que é bom?
Se a fé é mais "santa" do que a razão, então por que a Bíblia considera o coração enganoso e não o cerebro?
Quero deixar bem claro aos desavisados que não estou aqui "pregando" uma coisa em detrimento da outra! Pelo contrario, basta ler acima a proposta deste blog: celebrar o casamento entre razão e fé.
O desafio é equilibrar as coisas exatamente como o Mestre fez.
Crer sem pensar é andar as cegas, pensar sem crer é completa ausencia de esperança. Fé sem razão é misticismo híbrido, razão sem fé é insanidade.